segunda-feira, 17 de novembro de 2008

SOLDADOS COLORIDOS

O arrozal é uma infantaria leve
que taticamente movimenta nos ventos
os corpos tremidos duma ação.

Ratatatatata... ratatatatata.... ratatatatata...
Pingos d’oiro ao lado dos in-divisíveis
cerram-se ao chão verde.

Os quepes pretos e as fardas brancas.
Outros, com os uniformes todos negros.
Enquanto as crianças: sujas d’lama...

Um carnaval de flores apareceu no meu sertão.
Um carnaval de flores fez-se sem intenção.
Um carnaval de flores...
Carnaval e flores...
Carnaval... Flores...




(Um poeminha para sair da rotina!)

18 de novembro de 2008.

Um ser muda o mundo. Este ser muda o mundo estrategicamente. É um Hitler a caminho do mundo! Este ser muda o mundo do pai, da mãe, de cada um dos irmãos – se os tiver – dos avós, dos avôs, dos tios e nessa a lista faz-se infinita.

Ainda assim, há outros mundos que mudam.
Para o país é mais um na fila do SUS esperando uma data para marcar um exame, é mais um para ter RG e CPF. É mais um para a Receita Federal controlar seus bens. É mais um para os bancos cobrarem a sua parcela de dívida no final do mês. É mais um para a polícia preocupar-se com a segurança e para realizar uma geral enquanto está a caminho de casa. É mais um para vender o voto para o político mais corrupto. É mais um sem educação. Sem moradia. Sem saneamento básico. É mais um debaixo da ponte, pedindo esmola ou é mais um na fila do INSS enquanto as pessoas reclamam que o velho cortou fila e tem benefícios demais para uma pessoa só.

Um ser muda toda a História. Pode fazer uma guerra ou por fim nela. Pode tornar-se mergulhador ou vendedor de marfins. Pode gritar pelos direitos da mulher ou espancá-las em praça pública e ainda não receber um castigo à muçulmana. Pode abusar do poder e repetir a dose sem ter problemas com a lei.

Este ser pode tudo ou nada. Mas, ainda assim, são os pais que decidem como guiarmos na estrada, mas sem a buzina e o colete salva-vidas. E chega a certo ponto que não adianta pular. A melhor maneira é enfrentar a colisão e sair fortificado para um caminho ainda mais longo, com perigos reais ainda maiores.

Um ser muda o mundo!

17 de novembro de 2008.

Um turbilhão de pensamentos bombardeia minha mente. Um mar de vidas novamente grita por socorro desesperadamente e, sem hesitar, não atendo a nenhum chamado. Minha angústia, nesse momento, é minha angústia.
O sol brilha radiante. Parece reinar absoluto, mas sente-se medroso. Esconde-se... devagar... devagar... Ele está entre as nuvens. Teme as nuvens. Teme não sair, nunca mais sorrir, não poder tocar e sentir o perfume que exala de corpos e flores.
Meus olhos não querem abrir. Mas tenho que abri-los. Minha vontade precisa e quer deitar-me. Continuo em posição fetal, para assim, esperar o carinho de minha mãe, que já não existe mais.
Suspiros matinais! Dê-me forças...

Angustiadamente, olho ao meu lado. Na cama um corpo que desconheço. Um corpo que não consigo ler. Este corpo me expulsa e me repulsa. Há tempos não o penetro como em meus sonhos. Esse sonho nunca existiu. Minha mãe o deu, mas outro ser tirou-o de mim. Não precisou de muito. Meu tio sempre disse: nunca confie demais em um animal que sabe empenhar uma pistola calibre 45.

MEMÓRIAS LITERÁRIAS

Olá a todos!
Começarei aqui uma frustrada tentativa de um livro.
É um livro de memórias. Preparem-se!

Obrigado!