terça-feira, 22 de junho de 2010

E O VELHO FUTEBOL ARTE VOLTOU

A equipe da Costa do Marfim, dos elefantes destemidos de Drogba, transformou-se na Costa da Ferradura, dos cavalos africanos de Keita. Os grandalhões de uniformes apertadinhos não repetiram a muralha e a proeza que tiveram diante da equipe de Portugal, do metrossexual Cristiano Ronaldo. E enquanto a gorduchinha rolou por pouco mais de 90 minutos, o brazuca Luiz Fabiano compôs um gol de placa e também mostrou que os brasileiros sabem usar melhor que Maradona a tão comentada mão divina da Copa de 1986, mudando, assim, a nacionalidade de Deus. Além disso, adiou ainda mais a chance de Dieguito se tornar o Rei do Futebol, enquanto nós reinarmos absolutos nos gramados.

É a primeira vez que assisto a uma sinfonia com dois maestros regendo a Orquestra: Fabuloso e Kaká. Foi um espetáculo de encher os olhos e os ouvidos. O protagonista levou o público ao êxtase, enquanto seu parceiro, o coadjuvante da Ópera, foi injustiçado e, após a grande atuação de Keita, o craque da camisa 10 foi retirado de cena. Não posso esquecer o nosso anão todo poderoso da seleção, Dunga, que saiu debaixo de uma chuva de elogios, assobios e palmas, por ter sido o melhor diretor do espetáculo, comandando a sinfonia por trás do palco.

Se não cessarem essas sessões sinfônicas, é bom nossos primos lusos colocarem-se de prontidão e ficarem de mastros a postos, pois nossos maestros e músicos farão a Grande Esquadra Lusitana volver, abortar a rota para a taça de campeã e aprenderem a dançar o velho e bom samba inventado por nós, é claro, ao som de gols compostos pelos pés e, por que não, também pelas mãos de nossos artistas da bola. Que venham nossos primos para terem uma aula de música e dança, regidas por cavaquinhos e muita, muita ginga.




Caraguatatuba, 2010.

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